segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

criando... agapornis personatus

na ressaca do Mundial, a febre dos agapornis está no seu auge... e de certeza que muitos ficaram de olho nos personatus fantásticos presentes na exposição.
O José Carlos Couto Rodrigues, mais um jovem criador da zona de Braga, foi a pessoa a quem calhou desta vez... para nos falar desta espécie... ou não tivesse ele uns passarinhos à maneira.



1 - quantos anos te dedicas a esta espécie?

Comecei a criar esta espécie á 2 anos.

2- classificas estas aves de resistentes ou frágeis?

São aves muito resistentes, faço criação no interior mas como é uma zona de muito frio tem dias que a temperatura interior chega aos 3 graus e às vezes menos e mesmo assim é muito difícil ter alguma baixa no plantel.

3 - na tua opinião, quais as principais qualidades e defeitos que a caracterizam?

São aves muito resistentes, dá gosto ver a forma como constroem o ninho, e cuidam dos seus filhotes, o que pode ser chamado de defeito que para mim não é defeito é o barulho que eles fazem.

4 - que medidas de gaiolas e ninhos consideras serem razoáveis?

As medidas das minhas gaiolas de criação são 60cmx40cmx40cm e os ninhos como gosto deles grandes utilizo 30x20x20, os ninhos são colocados pelo lado de fora, para ficar com mais espaço no interior das gaiolas e assim facilita-me a verificação dos mesmos.

5 - podes-nos dizer no que consiste uma alimentação que consideres adequada para

estas aves?

Como alimentação utilizo uma mistura de sementes própria para agapornis sem girassol, só lhes forneço girassol quando estão nas voadeiras, quando estão a criar dou-lhe também sementes de pombas demolhadas ou germinadas, tem sempre papa amarela à disposição tal como grit e osso choco, sempre que posso dou-lhes frutas e verduras.

6 - achas necessário ou aconselhável possibilitar a esta espécie algumas horas de luz solar directa?

Sim é aconselhável, mas infelizmente não posso dar isso aos meus agapornis.

7 - utilizas luz artificial?

Sim utilizo. No interior das minhas instalações não tem a luz natural suficiente.

8 - em relação à criação, em que altura começas e terminas?

Começo a criação no início de Setembro e termino após terem feito 2 ou 3 criações, isto é mais ou menos no mês de Maio.

9 - quanto à escolha dos teus reprodutores, quais as características que tens mais em conta?

Na selecção das minhas aves tento escolher sempre as mais próximas do Standard de exposição, que neste caso é um bom porte, cabeça preta bem marcada sem laranja no peito e um colar amarelo em toda a volta do pescoço, isto na cor selvagem. Nas mutações tem de ser sempre respeitadas as características da cor selvagem.

10- em que casos recorres à consanguinidade para formar os teus casais?

Nunca recorri.

11 - nesta espécie, quais os perigos ou detalhes que requerem mais atenção durante a época de criação?

Não tenho visto nada que possa ser considerado perigoso. Os cuidados que costumo ter são os normais na época de criação, o que faço com muita frequência é verificar os ninhos.

12 - que mutações ou linhas, te agradam mais trabalhar? Porquê?

Gosto de todas as mutações, mas a cor selvagem é a que mais gosto de criar. Porquê? É uma questão de gosto.....

13 - por norma deixas ficar o ninho todo o ano, ou retiras após a criação?

Sim, retiro sempre após a criação.

14 - fora da época de criação, tens por hábito aloja-las em voadeiras mais espaçosas, ou permanecem todo o tempo na gaiola de criação?

Quando termina a época de criação mudo todos os casais para voadeiras grandes onde elas possam voar e assim recuperar para a próxima época de criação.

15 - tens por hábito apresentá-los nas exposições?

Ainda não posso considerar um hábito, visto que este é o primeiro ano que me dedico às exposições.

16 - qual o teu método de preparação para que as aves se encontrem no seu melhor, durante uma exposição?

A preparação que fiz foi, antes 2 meses do início das exposições retirei as aves escolhidas das voadeiras, fiz uma verificação detalhada as aves, tipo ver se tem as penas todas se tem penas partidas e caso tenham devem ser retiradas para poder vir as novas a tempo das exposições, verificar se faltam dedos ou unhas, após passar este teste são colocadas em grupos muito reduzidos e em gaiolas mais pequenas durante um mês, para daí sair as eleitas para exposição essas são colocadas em gaiolas idênticas às de exposição. Nesse último mês dou-lhe alguns banhos e de minha parte ficam prontas para expor.

17 - tens alguma história, alegria ou tristeza, ou mesmo algum episódio caricato que possas partilhar, decorrente da tua criação desta espécie?

O que tenho para partilhar com vocês é o seguinte:

Um dos meus casais de personatus estava no choco e tudo corria normalmente, estava a chegar o dia de nascer e como normalmente verifico os ninhos no mínimo uma vez por dia, como esses estavam para nascer verifiquei-o de manhã e ainda só tinha ovos, verifiquei na hora de almoço e estava tudo igual ao fim do dia fui espreitar novamente e fiquei preocupado pois faltava um ovo e não havia sinal de ter nascido a cria, foi então que procurei o ninho todo e acabei por encontrar a cria completamente fria e já não se mexia, para mim estava morta… então lembrei-me como só podia ter nascido durante a tarde ainda podia estar vivo, coloquei-a entre as minhas mãos e com os sopros de ar quente assim fui aquecendo a cria até que ela se começou a mexer ai sorri, estava viva. Depois de bem quentinha coloquei-a outra vez no ninho, hoje tem 30 dias está de boa saúde e acho que é uma boa historia para contar.

o meu sincero agradecimento ao José Carlos, pelo seu contributo.

http://www.agapornisdogesteira.webs.com/

1 comentário:

Samuel disse...

muito obrigado aos dois... cá está mais uma espécie à qual me vou tentar dedicar em breve...

cumprs
Samuel