domingo, 15 de março de 2009

Polyoma vírus na primeira pessoa...

QUARENTENA OBRIGATÓRIA.

No final de maio 2008, troquei 4 aves com um criador holandês. Quinze dias depois uma das quatro estava morta, era pena... mas aceitável.
No fim de junho mandei sexar as minhas aves e como vem sendo hábito mandei fazer um controlo sobre o Polyoma aviário (APV) numa por cada 4 crias de cada casal. Desde 2003 era sempre negativo. Evidentemente que os recém chegados também foram testados e, em 2 dos 3 declarou-se polyoma positivo.
Eles foram directamente eutanasiados. E a seguir fiz uma asneira; desinfectei a voadeira em que eles estavam, apenas uma vez, e deveria tê-lo feito várias vezes. Em meados de setembro comecei a época de criação: 38 crias de 8 casais.
Uma vez independentes coloquei os meus juvenis nas duas pequenas voadeiras que tenho disponíveis. Entretanto fui reparando que alguns dos meus reproductores mostravam algumas penas amarelas no dorso, abdómen ou mesmo na cauda. De repente por volta do fim de janeiro, tive mortes em alguns jovens ( com idades de mais ou menos 3 meses).
Sintomas muito variados: um pássaro estava fora de forma um dia, depois completamente magro e morto 2 dias mais tarde; outro em plena forma às 6h30 da manhã e morto às 9h do mesmo dia, o papo cheio de sementes. Fui a correr ter com o meu veterinário e mandei fazer uma autópsia completa. Resultado: Polyoma Aviário (APV). Enviei algumas penas destes jovens e de alguns reprodutores, a um laboratório, na semana passada.
Não apenas para os sexar por ADN mas também para os testar sobre o APV. Ontem tive os resultados. Sobre 22 amostras enviadas, em 20 pássaros foi declarado APV positivo. Alguns resultados bastante bizarros: por exemplo 2 crias negativas e uma positiva no mesmo ninho. APV é uma doença viral. Não há cura e além disso é muito contagiosa.
Eu não queria que viessem a minha casa e depois transportassem o vírus através do vestuário ou do calçado. Depois de ter consultado o meu veterinário, tive que decidir eutanasiar todo o meu plantel de Agapornis lilianae. Se durante 5 anos eu não tinha tido APV positivo no meu plantel (um ou dois pais e uma em cada 4 crias negativas) podia estar razoavelmente seguro que esta doença viral não estava presente.
A doença deve então ter vindo através destes 4 pássaros trocados. Meus senhores, minhas senhoras, sempre que adquirirem numa feira ou em casa de um criador: no vosso interesse POR FAVOR METAM-NOS EM QUARENTENA E FAÇAM-LHES UM EXAME DE SAÚDE ANTES DE OS INTRODUZIR NO VOSSO PLANTEL JÁ EXISTENTE.
De outra forma existe a possibilidade de chegar a vossa casa aquilo que me calhou na minha: de um dia para o outro ficam sem aves.
E eu juro-vos: é esquisito depois de mais de 40 anos de criação.

14/05/2009

Wessel van der Veen
(criador de agapornis liliane)

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